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Todo procedimento cirúrgico apresenta risco de complicações. Na cirurgia para endometriose este risco depende do grau da doença e, consequentemente, do porte da cirurgia. Na literatura médica existe uma taxa de complicações que varia entre 0,1 a 3,6%.

As complicações mais sérias são as lesões de estruturas adjacentes aos focos de endometriose durante sua excisão como por exemplo nervos, vasos, intestino e vias urinárias (bexiga e ureter). Também podem ocorrer infecções da ferida operatória, trombose de membros inferiores, embolia pulmonar e formações de aderências pós-operatórias.
Em relação a cirurgia para endometriose intestinal são
diversas as técnicas para retirada de lesões de endometriose, desde mais simples até mais complexas.
Como exemplo podemos citar:
• Retirada apenas da lesão, sem abrir o intestino (nodulectomia)
• Grampeamento endoanal discóide
• Ressecção segmentar (retirada de um segmento maior do intestino).
As mulheres, quando notificadas que a cirurgia deverá abordar o intestino, geralmente ficam preocupadas com as possíveis intercorrências deste tipo de cirurgia, sendo o maior temor o de ter que usar a “bolsinha” na barriga (bolsa de colostomia). Esta situação é extremamente rara (< 1% das cirurgias intestinais) e ocorre quando a sutura intestinal se rompe, e há extravasamento de material intestinal contaminado para dentro da pelve. Nesta situação, há necessidade, na maioria das vezes, de uma re-operação e interrupção do trânsito intestinal (colostomia ou ileostomia). É ai que entra a bolsinha, que deve ser utilizada durante a cicatrização do intestino, geralmente por 30-90 dias.
Outras situações desagradáveis, porém também raras, são as alterações urinárias e intestinais após a cirurgia. Estas podem acontecer em curto ou médio prazo, e são decorrentes da remoção de nervos que passam perto no intestino. Dentre as alterações a retenção urinária e a obstipação crônica são as mais frequentes.Técnicas cirúrgicas avançadas que preservam os nervos diminuem bastante a chance de isto acontecer.
Também não podemos esquecer que existe risco de redução da reserva ovariana durante a abordagem da endometriose nos ovários (endometriomas). Este risco deve ser especialmente discutido no caso de pacientes inférteis.
Por fim, para diminuir o risco de complicações é essencial um adequado planejamento cirúrgico com exames de imagem confiáveis e também uma equipe cirúrgica experiente no tratamento da doença. O planejamento cirúrgico deve ser feito em conjunto com o paciente estando este ciente de todos os benefícios e riscos que a cirurgia pode trazer.