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A endometriose é uma condição que afeta milhões de mulheres em todo o mundo, com impactos que variam conforme a fase da vida. É uma doença crônica que ocorre quando o tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero, causando inflamação, dor e, em alguns casos, infertilidade.

Neste artigo, abordamos como a endometriose se manifesta em cada uma dessas fases e como lidar com ela de forma eficaz, destacando a importância de uma abordagem personalizada e multidisciplinar.

Endometriose na adolescência: o início dos sintomas

A endometriose pode começar a se manifestar já na adolescência, com as jovens experimentando cólicas menstruais intensas que podem ser confundidas com desconfortos menstruais comuns. No entanto, a dor causada pela endometriose é muito mais severa e pode impactar profundamente a qualidade de vida. Adolescentes que sofrem de cólicas incapacitantes, fadiga extrema e desconforto gastrointestinal durante o ciclo menstrual devem ser avaliadas por um especialista.

O diagnóstico precoce é um desafio nesta fase da vida. Muitas adolescentes e suas famílias não reconhecem os sinais da endometriose, o que pode atrasar o início do tratamento em anos. Esse atraso pode agravar a condição, tornando os tratamentos mais complexos no futuro.

Endometriose na vida adulta: impactos na fertilidade e na qualidade de vida

Na fase adulta, os sintomas da endometriose costumam se intensificar. Mulheres entre 20 e 40 anos podem perceber que a doença começa a impactar diretamente sua fertilidade.

A endometriose pode afetar os ovários, as tubas uterinas (trompas de falópio) e outros órgãos reprodutivos, dificultando ou até impedindo a concepção. Estima-se que cerca de 40% das mulheres que sofrem de endometriose enfrentam dificuldades para engravidar.

Além da infertilidade, a dor crônica continua a ser um dos sintomas mais comuns. A dor pode estar presente durante a menstruação, mas também pode se manifestar em outras ocasiões, como durante relações sexuais (dispareunia) ou até mesmo ao urinar e evacuar.

Tratamentos para a endometriose na vida adulta

Nesta fase como nas demais, o tratamento da endometriose deve ser totalmente personalizado. A abordagem pode incluir medicamentos hormonais como anticoncepcionais para controlar o crescimento do tecido endometrial fora do útero, bem como analgésicos e anti-inflamatórios para controlar a dor.

Para muitas mulheres, a cirurgia minimamente invasiva pode ser a melhor solução, especialmente em casos de endometriose avançada. A laparoscopia, um procedimento cirúrgico menos invasivo, é frequentemente utilizada para remover os focos de endometriose e restaurar a função dos órgãos afetados. No entanto, é importante ressaltar que a cirurgia nem sempre é uma solução definitiva, e o acompanhamento contínuo é essencial para monitorar possíveis recidivas.

Endometriose na menopausa: perspectivas e cuidados

Acredita-se que a endometriose possa melhorar após a menopausa, quando os níveis de estrogênio diminuem. No entanto, algumas mulheres continuam a apresentar sintomas, especialmente aquelas que fazem terapia hormonal. Além disso, a endometriose pode causar aderências e cicatrizes nos órgãos afetados, levando a problemas como dor pélvica crônica e desconforto contínuo, mesmo após a menopausa.

Nessa fase, o tratamento pode incluir fisioterapia para ajudar a aliviar a dor e melhorar a mobilidade pélvica, além de acompanhamento psicológico para lidar com o impacto emocional que a endometriose pode ter ao longo da vida e, quando sintomas persistentes, apesar destas outras modalidades de abordagem, a cirurgia, realizada por via minimamente invasiva, pode ser a solução.

Abordagem multidisciplinar: o caminho para uma vida melhor

A endometriose não deve ser tratada de maneira isolada. Uma abordagem multidisciplinar é essencial para garantir o bem-estar das pacientes. Além do ginecologista, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos podem desempenhar um papel fundamental no tratamento. Uma dieta anti-inflamatória, por exemplo, pode ajudar a reduzir os sintomas da endometriose, enquanto a fisioterapia pélvica pode melhorar a dor e a função muscular.

O suporte emocional também é essencial. Conviver com uma condição crônica como a endometriose pode ter um impacto significativo na saúde mental das pacientes, por isso o acompanhamento psicológico é recomendado.

Tratamentos personalizados

A endometriose afeta mulheres em diferentes fases da vida, desde a adolescência até a menopausa. Cada fase traz seus próprios desafios, e o tratamento deve ser sempre personalizado e multidisciplinar. A boa notícia é que, com o diagnóstico e tratamento adequados, muitas mulheres conseguem controlar os sintomas e melhorar significativamente sua qualidade de vida.

A Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE) tem como missão difundir informações de qualidade, ajudando mulheres a entenderem sua condição e a viverem melhor, independentemente da fase da vida em que se encontrem.

Leia também em nosso blog sobre como é feito o diagnóstico da endometriose.