A endometriose e a adenomiose são duas condições ginecológicas que afetam muitas mulheres. Embora compartilhem alguns sintomas, são diferentes em causa, diagnóstico e tratamento. Vamos nos aprofundar nessas doenças, usando exemplos práticos para facilitar a compreensão.
A endometriose é mais comum em mulheres em idade reprodutiva, geralmente entre 25 e 35 anos. No entanto, pode ocorrer em adolescentes e mulheres na faixa dos 40 anos. Raramente, pode ser diagnosticada em mulheres na pós-menopausa.
A adenomiose é mais prevalente em mulheres entre 35 e 50 anos. É frequentemente diagnosticada em mulheres que já tiveram filhos, mas pode ocorrer em qualquer mulher em idade reprodutiva. A condição tende a ser diagnosticada com mais frequência em mulheres na pré-menopausa.
O que é a endometriose?
A endometriose é quando o tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero. Esse tecido pode estar nos ovários, trompas de falópio, intestinos e bexiga.
Sintomas comuns na endometriose
Dor Pélvica Crônica: dor persistente na pelve.
Cólicas menstruais intensas: cólicas severas durante a menstruação.
Dor durante a relação sexual: conhecida como dispareunia.
Dor ao urinar e defecar: a endometriose pode afetar a bexiga e o intestino.
Infertilidade: dificuldade em engravidar.
Diagnóstico da endometriose
A endometriose pode ser difícil de diagnosticar devido à similaridade dos sintomas com outras condições. O diagnóstico de padrão ouro geralmente requer uma laparoscopia, um procedimento cirúrgico minimamente invasivo que permite ao médico visualizar diretamente as áreas afetadas e coletar amostras de tecido para biópsia. Além disso, exames de imagem como ultrassom endovaginal com preparo intestinal e ressonância magnética (RM) podem ajudar a identificar a presença de cistos endometrióticos, também conhecidos como endometriomas e os focos de endometriose.
Tratamento da endometriose
Medicamentos hormonais: terapias hormonais, como contraceptivos orais, agonistas do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) e progestagênios, podem ajudar a reduzir ou eliminar a dor e diminuir o crescimento do tecido endometrial.
Analgésicos: anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) podem aliviar a dor.
Cirurgia: a remoção cirúrgica de implantes endometrióticos pode ser necessária em alguns casos. A laparoscopia convencional com robótica são as técnicas cirúrgicas mais indicadas para este fim.
Terapias alternativas: acupuntura, fisioterapia e mudanças na dieta podem oferecer alívio adicional.
Terapia de fertilidade: em casos de infertilidade, técnicas como a fertilização in vitro (FIV) podem ser recomendadas.
O que é a adenomiose?
A adenomiose ocorre quando o tecido endometrial invade e cresce nas paredes musculares do útero. Isso pode causar um aumento do útero e menstruações dolorosas e volumosas.
Sintomas comuns da adenomiose
Menstruações dolorosas e abundantes: sangramento menstrual intenso e prolongado é um sintoma chave.
Dor pélvica: dor constante ou cólicas que duram o ciclo menstrual.
Inchaço abdominal: sensação de peso ou pressão na parte inferior do abdômen.
Dispareunia: dor durante a relação sexual é também comum na adenomiose.
Anemia: devido à perda excessiva de sangue durante as menstruações.
Diagnóstico da adenomiose
A adenomiose é frequentemente diagnosticada através de exames de imagem como ultrassom transvaginal ou ressonância magnética (RM). Esses exames podem mostrar o espessamento das paredes uterinas e a presença de tecido endometrial dentro do miométrio (parede do útero). A ultrassonografia 3D também pode ser utilizada para uma melhor visualização.
Tratamento da adenomiose
Medicamentos hormonais: pílulas anticoncepcionais, dispositivos intrauterinos (DIU) hormonais e outros tratamentos hormonais, como agonistas do GnRH, podem ajudar a reduzir os sintomas.
Analgésicos: AINEs são frequentemente prescritos para aliviar a dor.
Ablação endometrial: procedimento para destruir o revestimento do útero, ajudando a reduzir o sangramento menstrual.
Histerectomia: Tratamento definitivo para mulheres sem desejo gestacional. Em casos graves, a remoção do útero pode ser a única opção para alívio completo dos sintomas.
Terapia de conservação uterina: métodos menos invasivos, como a embolização das artérias uterinas, podem ser considerados.
Diagnóstico de endometriose e adenomiose
Diagnosticar a endometriose e a adenomiose pode ser um desafio, pois ambas as condições podem apresentar sintomas semelhantes, como dor pélvica e menstruações dolorosas.
No caso da endometriose, sinais clínicos sugestivos, exames especializados ou a laparoscopia auxiliam na confirmação do diagnóstico.
Já a adenomiose é geralmente diagnosticada por meio de exames de imagem, como ultrassom transvaginal e ressonância magnética, que podem identificar o espessamento das paredes uterinas e a invasão do tecido endometrial no miométrio. A precisão no diagnóstico é crucial para determinar o tratamento mais adequado para cada paciente.
Comparação entre endometriose e adenomiose
Localização do tecido endometrial:
Endometriose: fora do útero (ovários, trompas, intestinos).
Adenomiose: dentro das paredes musculares do útero.
Diagnóstico:
Endometriose: geralmente confirmada pela biopsia na laparoscopia, também pode ser diagnostica por RM ou ultrassom com preparo intestinal.
Adenomiose: diagnosticada por ultrassom ou RM.
Sintomas:
Endometriose: dor pélvica crônica, dor na relação sexual, infertilidade, dor ao urinar e defecar.
Adenomiose: menstruações intensas e cólicas menstruais intensas
Tratamento:
Endometriose: hormônios, analgésicos, reprodução assistida ou cirurgia.
Adenomiose: hormônios, DIU de levonorgestrel ou cirurgia.
Entender as diferenças entre endometriose e adenomiose é crucial para um diagnóstico e tratamento adequados. Se você suspeita que pode ter uma dessas condições, consulte um especialista. O diagnóstico precoce e o tratamento correto podem melhorar significativamente sua qualidade de vida.
Para mais informações e outros artigos sobre endometriose, visite o blog da SBE.