Cólica menstrual (Dismenorréia)
O principal sintoma é sem dúvida a cólica menstrual. Sempre que a mulher tiver cólicas de difícil tratamento com as medicações convencionais deve-se suspeitar de endometriose. Uma das principais causas da demora no diagnóstico da doença é a não valorização adequada da cólica menstrual. Não é infrequente vermos pacientes referindo que cólicas são normais, que “depois que casar passa” ou que a adolescente esta exagerando nos sintomas por problemas emocionais.
Mas, toda mulher que tem cólica tem endometriose? Não! É diferente a cólica “normal” da de endometriose. Como distinguir? As cólicas ditas normais, são de leve intensidade, duram no máximo dois dias, e a mulher, quando necessário toma um antiespasmódico, analgésico ou antiinflamatório e a cólica passa, ou melhora bastante.
Já aquelas que tem dores por período de tempo prolongado, precisam tomar remédios todas as vezes que menstruam, nota que as cólicas estão aumentando de intensidade com o passar do tempo e tem diminuição da qualidade de vida (faltam ao trabalho ou escola, deixam de sair para se divertir, ou seja tem uma vida social ruim) provavelmente tem endometriose.
Se a cólica já existe há algum tempo, os analgésicos e antiinflamatórios já não aliviam muito, às vezes precisa ficar de cama durante a menstruação, converse com seu ginecologista sobre endometriose! Lembrar sempre: Cólicas que não melhoram com as medicações antiespasmódicas, antiinflamatórias ou com pílula anticoncepcional, não são normais!
Por que as mulheres com endometriose têm cólicas? Os implantes da doença localizados no peritônio funcionam de forma semelhante ao endométrio normalmente localizado. Ou seja, responde aos estímulos hormonais e, portanto, “menstrua” no final do ciclo menstrual. Esta menstruação no local errado leva a dor principalmente devido à secreção de uma substância denominada prostaglândina. A prostaglândina irrita os receptores para a dor presentes no peritônio, e como isso acontece concomitante ao fluxo menstrual a paciente refere cólica durante o fluxo menstrual.
Dor durante a relação sexual (Dispareunia)
Aproximadamente 30% das mulheres com endometriose vão referir dor durante o ato sexual. Geralmente a queixa inicial é apenas um incomodo e, com o passar do tempo começa a ser de dor. Esta dor é progressiva e, em estágios avançados torna impossível a relação sexual, levando a inúmeros problemas conjugais.
Da mesma forma que cólicas menstruais fortes não são normais, dor durante a relação também não!
Por que mulheres com endometriose têm dor á relação sexual?
O local mais freqüente onde encontramos a endometriose é no ligamento útero-sacro. Este ligamento fica atrás do útero, em íntimo contato com a vagina. O implante, com a secreção de inúmeras substâncias, principalmente as prostaglândinas levam à um processo inflamatório. Todo vez que mexemos em um local onde há inflamação temos dor. É por isso que mulheres com endometriose podem ter dor à relação sexual.
Infertilidade Cerca de 40% das mulheres com infertilidade tem endometriose. E muitas com endometriose vão ter alguma dificuldade na hora de engravidar.
Por que mulheres com endometriose têm dificuldade para engravidar?
Existem diversos estágios da doença, que podemos sintetizar em: endometriose leve ou endometriose avançada(endometriose profunda). Quando a mulher tem endometriose avançada a explicação do porquê da infertilidade é fácil. Neste estágio há inúmeras aderências na pelve. O útero gruda no intestino, as tubas grudam nos ovários e assim por diante. Esta alteração na anatomia da pelve dificulta muito que o óvulo encontre o espermatozóide e, portanto a mulher não consegue engravidar.
Já quando a endometriose é leve a explicação não é tão fácil. Provavelmente a inflamação na pelve inteira devido à endometriose altere a motilidade tubária, a postura ovular, pode também, alterar os espermatozóides e a qualidade dos óvulo. De qualquer forma sabemos que há uma relação importante entre infertilidade e endometriose, porém se tratada no início a doença não vai prejudicar uma futura gestação natural.
Cisto de ovário (Endometrioma)
Algumas mulheres descobrem que tem endometriose só quando aparece um cisto de ovário em uma ultrassonografia de rotina. Este cisto, denominado de endometrioma se forma devido ao implante de endometriose dentro do ovário. Este implante começa a se dividir e “menstruar” ao final de cada ciclo, formando um cisto. O endometrioma pode, com o passar do tempo, crescer e danificar o restante do ovário sadio, por isso sempre que houver suspeita de crescimento ele deve ser removido cirurgicamente, visando preservar a maior quantidade possível de ovário sadio, não prejudicando assim, uma futura gestação.
Outros sintomas
• Alterações menstruais: ao contrário do que muita gente pensa a endometriose não causa alterações no ciclo menstrual. A mulher pode ter a doença e menstruar normalmente, com exceção é claro da presença de cólicas!
• Sintomas intestinais: a mulher com endometriose pode apresentar aumento do hábito intestinal durante a menstruação. Isto se deve a secreção de prostaglândinas pelos implantes da doença. A prostaglândina estimula a contração do intestino, fazendo com que a mulher vá ao banheiro um número maior de vezes durante o fluxo menstrual. Já, quando a doença é avançada, e o intestino grosso pode ser acometido e os sintomas se tornam mais exuberantes. Sangramento ao evacuar, sensação de querer ir ao banheiro toda hora e dificuldade para evacuar são sinais de que a doença já avançou.
• Sintomas urinários: a endometriose pode se implantar na parede da bexiga e, devido à inflamação irritar o órgão. Esta irritação faz com que a mulher tenha dor ao urinar, vá ao banheiro diversas vezes ao dia e tenha dificuldade de segurar a urina quando a bexiga esta cheia. Apesar de pouco freqüente fique atenta as alterações urinárias.