O tratamento cirúrgico é reservado para aquelas pacientes que, mesmo após seis meses de tratamento medicamentosos, ainda tem baixa qualidade de vida devido a dor. Também deve ser indicado quando a doença acomete grande parte do intestino ou está próxima aos ureteres.
Outra indicação da cirurgia é a preservação da fertilidade. Isso acontece quando, mesmo na ausência de sintomas com medicações, a doença evolui. Por isso, a maioria das mulheres com a doença que usa hormônio, mesmo se não tiverem mais dores, devem permanecer sob vigilância (exame ginecológico e de imagem periódicos).
A melhor forma de tratar cirurgicamente é por meio da laparoscopia.
Esta cirurgia é realizada através de três ou quatro incisões na pele. Cada uma medindo de 5 mm a 1 cm. Através destas incisões introduzimos a ótica, que vai permitir a visualização de toda a pelve e abdômen. Pelos outros orifícios introduzimos pinças e outros acessórios necessários para o tratamento da endometriose. O tratamento cirúrgico baseia-se na retirada de toda a doença. Todos os implantes de endometriose devem ser removidos. Além disto, a anatomia da pelve deve ser restabelecida. As eventuais aderências devem ser desfeitas.
Em casos de doença avançada pode ser necessária a retirada de uma parte de algum órgão. Isso acontece com maior frequência na bexiga ou no intestino. Quando isso acontece, a cirurgia se torna mais complicada e estamos sujeitos a algumas complicações importantes.
Procure, sempre antes da cirurgia esclarecer todas suas dúvidas com o médico.
Após a cirurgia, nos casos de endometriose avançada, usamos os análogos do GnRH por três a seis meses, visando a eliminação de eventuais implantes microscópicos não identificados na laparoscopia. Em casos onde a endometriose já recidivou várias vezes, a mulher já teve seus filhos e, portanto, não tem desejo de uma gestação futura e a doença atrapalha de forma importante a qualidade de vida, nesse caso, podemos pensar em uma cirurgia radical, que consiste na retirada do útero (histerectomia) e dos ovários (ooforectomia bilateral).
É uma medida drástica e de exceção, mas, em alguns casos é a única forma de melhorarmos a qualidade de vida da mulher e devolvê-la à vida normal.
Videolaparoscopia
Videolaparoscopia ou laparoscopia é uma cirurgia minimamente invasiva usada para tratamento de diversas doenças ginecológicas. É a melhor forma de tratar a endometriose e diversas outras doenças ginecológicas, como cistos de ovário, miomas, câncer dentre outras. Nessa cirurgia, após anestesia geral são realizadas pequenos cortes, geralmente um na região do umbigo de 1 cm e dois ou três outros logo acima da linha dos pelos pubianos, onde se insere uma ótica e outros instrumentos cirúrgicos. Com a ótica podemos visualizar toda a pelve e abdômen, permitindo o diagnóstico de qualquer alteração. Através da inserção de instrumentos pelas outras incisões podemos operar e tratar a maioria das doenças ginecológicas.
Existem diversas vantagens quando comparamos a laparoscopia com a cirurgia tradicional. O tempo de hospitalização é de aproximadamente 24 horas, muito menor do que nas cirurgias tradicionais, e o retorno da paciente para as suas atividades rotineiras também é muito mais precoce. Apesar dos inúmeros benefícios quando comparamos a laparoscopia com a cirurgia tradicional a presença de dor leve a moderada é muito comum, portanto, deve-se tomar alguns cuidados principalmente na primeira semana após a cirurgia. A Fisioterapia pode ajudar neste período de recuperação.